A posteriori o que mudou nos últimos 30 anos que se passaram depois desta reportagem que fizemos, no inicio de 1983, pela revista visão esta matéria fora publicada em 21 de março do mesmo ano, onde eu ,Jorge Dimitri Dourado Viana e o repórter José Valverde, esboçamos este breve comentário explicitando os diversos problemas que na época afetavam e continuam à afetar a região de Irecê.
Após certificar in loco as diversas problemáticas que vive Irecê-Ba, bem que o repórter poderia novamente certificar a veracidade dos fatos antes narrados os quais foram por nos descritos a 30 anos atrás, certificaria que quase nada melhorou. Dos mais de 350 mil hectares de área desmatada passaram para mais de um milhão de hectares ultimamente destinados a plantio, no decorrer das décadas que se passaram o que tornou ainda mais desértica à caatinga, a paisagem que antes era animada pelos milhares de tratores agrícolas deixou de existir, Tratores e implementos agrícolas que antes foram adquiridos através de financiamento junto aos agentes financeiros, foram vendidos para o sustento das famílias dos agricultores, por falta de emprego e renda para manter essas famílias já empobrecidas.
Quanto aos milhares de nordestinos (pernambucanos, paraibanos, cearenses, etc...) que migraram para essa região em busca de dia melhores, já não se fala mais, pois a estrela que os guiavam ao El dourado, berço da terra prometida sumiu, os que aqui ficaram fixando residência, tiveram como base de sustentação o comércio, as chuvas tornaram cada vez mais escassas, contracenando com a retirada quase definitiva de financiamento pelos órgãos de fomento, dando um esconjuro completo aos agricultores, desta feita substituído por outros programas do governo federal, tal qual o PRONAF, zerando a migração por ter se tornado falida a região.Que antes era um celeiro de grãos para o Brasil. Já não mais se fala em frente produtiva, foram substituídos pelas diversas bolsas criadas pelo governo, para amenizar as descrenças dos agricultores desesperançosos, vários projetos foram criados, como o PRONAF - cenário ainda mais comovedor o qual foi descrito pela SUDNE, face a desgraça dos que sofrem as intempéries do tempo, sob um sol inclemente os efeitos são mais econômicos do que sociais, onde as maiores vitimas são os pequenos fazendeiros, quase todos com menos de 100 hectares, se abalam financeiramente quando não colhem a ultima safra de feijão do país, a qual se deixa importar, houve tempo em que Irecê chegou a colher 10 a 12% do feijão nacional a exemplo de 1979, Irecê se viu animada pelas vantagens anunciadas pelo Pró-feijão através do governo federal, este programa destinado a evitar a importação da apreciada leguminosa, tendo Irecê produzido mais de 3 milhões de sacas de 60kg – houve época de aposta em safra tardia redentora coincidindo com épocas de eleições sem a benção do PRO-AGRO o Qual cobria precariamente 80% sobre o custeio das ultimas safras perdidas mesmo tendo o agricultor recolhidos as taxas obrigatórias não reconhecendo o direito ao seguro por safras consociadas casadinha feijão/milho. Cada ano durante as 3 décadas houve pouca chuva para a alegria e dividas, não se falou mais em frentes produtivas isto apenas para alguns sorteados, para outros as dividas continuam, e como de praxe seu crescimento vertiginoso em face os cálculos matemáticos com somatórias astronômicas inviabilizando dessa feita o pagamento das dívidas contraídas .Promessas e mais promessa, entra governo e sai governo e a inércia continua. Os agricultores inadimplentes com seus nomes já cadastrados pelos órgãos SERASA, CADIN... O banco do Brasil que era para ser o banco do povo, principalmente dos agricultores tirou os tapetes, não mais financiando, seguido pelos demais bancos que assim procedem com rara exceção. A lavoura tornou-se inviável junto aos gestores financeiros, épocas passadas, promessas de irrecusáveis contratos para os que mais plantassem, após uma indução erradicaram a palma.Planta essa que assegura o mínimo de nutrientes ao gado, deu-se a estiagem tanto que definhou junto com o rebanho a palma, as chuvas mal distribuídas – num cenário atípico em relação aos mapas pluviométricos dos últimos 30 anos que se seguem no decorrer, ouve muita divulgação em relação ao lençol freático ao qual foram julgados intermináveis – milhares de poços artesianos foram perfurados com o mínimo de técnica assegurando razoáveis vazões.
Entretanto após a abertura de milhares de poços tornando a região comparada a uma taboa de pirulitos, obvio começaram a secar, com isto causando em algumas regiões uma desacomodação do solo como temos visto pela segunda vez em Lapão,cidade próxima a Irecê.Quanto ao projeto de irrigação em Irecê , nas terras que formam o platô que está entre 650 a 850 metros acima do nível do mar, onde se localiza o baixio de Irecê, o governo federal na época entusiasmado pela fertilidade do solo se fez digno a empreender o maior projeto de irrigação continua do mundo. Algo em torno de 300mil hectares, das águas retiradas do rio São Francisco, num potente complexo de bombeamento elevado, sendo que os baixios estão entre 420 a 480 metros, denominados cota 390, isto anunciado desde o governo Médici, o qual a titulo de experiência ao projeto piloto deu-se inicio a construção da barragem de Mirorós, o rio Verde afluente do rio São Francisco. Deixando ver que Mirorós irrigaria 6000 hectares ao norte da área considerada no projeto do baixio Irecê formados como um todo, não obstante os agricultores de Irecê não ficaram entusiasmados com tal projeto, a principio como fora descrito, foram favoráveis a intensificação de poços e construção de pequenas barragens, na época o parecer do prefeito Joacy Dourado dizendo-se faraônico por não atender a demanda dos pequenos colonos e sim a multinacionais, voltando a incentivar a abertura de poços artesianos sendo que nos baixios o governo federal pretendia assegurar super safra de grãos, notadamente trigo, milho, feijão e outros produtos ininterrompidamente durante os 12 meses de cada ano seguinte, assegurando certeza, que nunca iria faltar água na quantidade agronomicamente necessária a qual não foi a realidade explicitada antes, não sendo a realidade pleiteada frente a uma obra de grande porte.
Descredenciando a construção de pequenas barragens em virtude as terras serem permeáveis, solicitou a CODEVASF o estudo de viabilidade para perfuração de poços profundos os quais é preciso e necessário grande suporte financeiro,
Por: Jorge Dimitri
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