Taxa acumulada em 12 meses é a maior desde julho de 2005.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país usada como base para as metas do governo, ficou em 0,77% em abril e acumula alta de 6,51% em 12 meses, segundo levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (6).
O resultado ultrapassa o teto da meta estabelecida pelo Banco Central para este ano, de 6,5%. O centro da meta é de 4,5%, com dois pontos de tolerância para mais ou para menos.
O resultado ultrapassa o teto da meta estabelecida pelo Banco Central para este ano, de 6,5%. O centro da meta é de 4,5%, com dois pontos de tolerância para mais ou para menos.
Frente a março, quando a taxa foi de 0,79%, o índice mostra desaceleração. Em abril de 2010, a taxa havia ficado em 0,57%.
A taxa acumulada em 12 meses em abril é a maior desde julho de 2005, quando o IPCA ficara em 6,57%, de acordo com a série histórica do IBGE.
Na opinião de especialistas ouvidos pelo G1, apesar de o resultado anual não ser o ideal, não há indícios de que haverá pressões inflacionárias tão fortes, e consequente descontrole de preços, ao longo do ano. Segundo os economistas, a variação da taxa acumulada vem acelerando nos últimos meses, num ritmo contrário ao da mensal, porque reflete o grande aumento de preços registrado no ano passado. Nos últimos dias, o Banco Central já havia reconhecido que a meta não deveria ser cumprida e que o desafio do governo seria trazer a taxa ao centro da meta, de 4,5%.
A maior variação no acumulado em 12 meses partiu do grupo despesas pessoais, com alta de 8,44%, seguido de educação (8,06%) e alimentação e bebidas (7,81%), segundo o IBGE.
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Na comparação mensal, os preços dos alimentos e bebidas perderam força e aumentaram 0,75% em março para 0,58% em abril.
Os destaques de recuo nesses grupos foram o tomate (-18,69%), açúcar cristal (-2,68%), arroz (-2,13%) e carnes (-0,20%).
Na outra ponta, tiveram alta os preços de batata inglesa (17,71%), feijão carioca (9,79%), ovos (4,41%), leite pasteurizado (2,66%), refeição fora do domicílio (1,25%) e pão francês (0,54%).
Na outra ponta, tiveram alta os preços de batata inglesa (17,71%), feijão carioca (9,79%), ovos (4,41%), leite pasteurizado (2,66%), refeição fora do domicílio (1,25%) e pão francês (0,54%).
“Mesmo subindo, os alimentos estão subindo menos do que os itens não alimentícios, como os produtos administrados e os combustíveis, por exemplo”, disse Eulina Nunes dos Santos, coordenadora da Coordenação de Índices de Preços do IBGE.
A variação da taxa acumulada vem acelerando nos últimos meses, num ritmo contrário ao da mensal, porque reflete o grande aumento de preços registrado no ano passado
Dentre os nove grupos de despesas pesquisados pelo IBGE, transporte teve variação de 1,57%, contra 1,56% em março e continuou sendo o grupo de maior alta. Os preços do etanol subiram ainda mais no mês, chegando a 11,20% em abril (em março, foi de 10,78%). No ano, totaliza 31,09%. O preço da gasolina também avançou mais, de 1,97% para 6,26%, chegando a 9,58% no ano. Juntos, os dois combustíveis tiveram alta de 6,53% no mês e contribuíram com 0,30 ponto percentual do IPCA.
Segundo Eulina, em Goiás, o etanol já aumentou 43,69% no ano. Quanto à gasolina, o maior aumento, no acumulado no ano, foi em Minas Gerais, com alta de 14,61%.
Depois de transporte, o grupo vestuário exerceu a segunda maior pressão, passando de 0,56% para 1,42% em abril. O destaque ficou com roupas infantis, segundo o IBGE, com alta de 1,97%. Na sequência, entre os que mais subiram, está o grupo saúde e cuidados pessoais, cuja taxa variou de 0,45% em março para 0,98% em abril. A maior influência partiu das despesas com remédios.
No grupo habitação, a taxa passou de 0,46% em março para 0,77% em abril, com as principais contribuições para o índice vindo de taxa de água e esgoto (de 0,66% para 1,00%), energia elétrica (de 0,34% para 0,94%), condomínio (de 0,60% para 0,99%) e aluguel residencial (de 0,40% para 0,76%).
No ano
No ano, quando o IPCA acumula alta de 3,23%, os principais destaques em termos de impacto no índice são os cursos formais (7,97%) e a gasolina (9,58%).
No ano, quando o IPCA acumula alta de 3,23%, os principais destaques em termos de impacto no índice são os cursos formais (7,97%) e a gasolina (9,58%).
Dólar
Conforme o IBGE, a queda do dólar contribuiu para desacelerar a inflação oficial em abril.
"O dólar em baixa tem funcionado como uma âncora, no sentido de conter a inflação", disse a gerente do IBGE. De acordo com ela, do ponto de vista de preços, o dólar tem favorecidos alguns índices, como o dos eletrodomésticos e dos artigos de limpeza e higiene pessoal.
Conforme o IBGE, a queda do dólar contribuiu para desacelerar a inflação oficial em abril.
"O dólar em baixa tem funcionado como uma âncora, no sentido de conter a inflação", disse a gerente do IBGE. De acordo com ela, do ponto de vista de preços, o dólar tem favorecidos alguns índices, como o dos eletrodomésticos e dos artigos de limpeza e higiene pessoal.
A queda nos preços de eletrodomésticos e itens de higiene pessoal e limpeza levou a um recuo de 0,62% em abril na variação do grupo Artigos de Residência, uma das nove categorias que compõem o indicador. A queda foi responsável por uma contribuição negativa de 0,03 ponto porcentual no IPCA do mês.
Por região
O maior índice foi verificado em Curitiba (1,23%) porque houve reajuste nas tarifas dos ônibus urbanos e intermunicipais. Já o menor índice foi observado em Belém (0,40%).
O maior índice foi verificado em Curitiba (1,23%) porque houve reajuste nas tarifas dos ônibus urbanos e intermunicipais. Já o menor índice foi observado em Belém (0,40%).
Preços ao consumidorO Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acelerou 0,06 ponto percentual em relação a março, chegando a 0,72% em abril. No ano, o índice tem alta de 2,89% e, nos últimos 12 meses, de 6,30. Em abril de 2010, o INPC havia ficado em 0,73%.
Os produtos alimentícios apresentaram variação de 0,63% em abril, contra 0,72% em março e os não alimentícios aumentaram 0,76%, contra 0,63% no mês anterior. O maior índice foi visto em Curitiba (1,24%) e o menor, em Belém (0,39%).
(Com informações da Agência Estado)
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